Depois
de lançar o tributo a Arnaldo Baptista e os novos trabalhos de Vicente
Barreto e Jorge Mautner, sob a chancela de A Qualidade do Novo na MPB,
a DABLIÚ DISCOS apresentam ESQUINA CARIOCA Noite com a Raiz do
Samba. O disco é resultado da parceria com o Pirajá, o bar paulistano
que se propõem a ser ponto de vigência entre a alma e a arte carioca
em São Paulo, disseminando aqui as manifestações culturais mais puras,
emblemáticas e deliciosas do Rio de Janeiro. O lançamento acontece dia
17 de janeiro, Segunda-feira, a partir das 19 horas, no próprio Pirajá,
com a presença de vários artistas.
O CD traz o registro ao vivo do espetáculo que o Pirajá criou e produziu
em 24 de março de 1999, no Tom Brasil, reunindo os mais dignos representantes
do autêntico samba de raiz: Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, João Nogueira,
Luiz Carlos da Vila, Walter Alfaiate, Nelson Sargento (em participação
especial) e Moacyr Luz, o mestre de cerimônias, responsável pela direção
musical do show e do disco. O encontro de artistas desse quilate resultou
em sucesso absoluto.
A idéia do espetáculo partiu de uma conversa de botequim. A cada dia,
entre um e outro chope, ele foi sendo bolado nas mesas do Pirajá. Para
o show, foi montada uma réplica do Pirajá no Tom Brasil . Sob a direção
artística de Elifas Andreato, os artistas cantaram sozinhos, em duplas,
trios e sexteto, cantando sucessos que marcaram suas carreiras. Os músicos
apresentaram-se em um tablado de 20 cm de altura, colocado no meio da
platéia, para que o contato com o público fosse como em uma roda de
samba original.
"A proposta era mostrar como a gente vive o samba. Como se o show
estivesse acontecendo em uma esquina carioca", fala o compositor
Moacyr Luz, contando que poucos minutos antes do espetáculo é que os
artistas ficaram sabendo da gravação do disco. Esta surpresa fez do
CD o registro fiel do espetáculo. Difícil foi selecionar o repertório
do CD "Transformar o show em disco foi um trabalho dificílimo",
diz o parceiro de Aldir Blanc e Paulo César Pinheiro, entre outros,
que respeitou a emoção de cada interpretação.
Com 18 músicas, o CD abre com todos os artistas interpretando Patrão,
prenda seu gado (Pixinguinha, Donga, João da Baiana). Em seguida, entram
Jogo Rasteiro ( de Moacyr Luz e Nei Lopes) e Pra que pedi perdão! (Moacyr
Luz e Aldir Blanc), com Moacyr Luz, Olha aí (Mical e Miúdo), A .M .O
.R. Amor (Mauro Duarte e Walter Alfaiate), com Walter Alfaiate, Além
da Razão (Sombra, Sombrinha e Luiz Carlos da Vila) e Doce refúgio (Luiz
Carlos da Vila), com Luiz Carlos da Vila, Minha missão e Espelho (João
Nogueira e Paulo César Pinheiro), com João Nogueira, Axé de langá/Pai
Maior (Dona Ivone Lara) e Candeeiro da vovó (Dona Ivone Lara e Delcio
Carvalho), com Dona Ivone Lara.
O repertório se completa com Exaltação à mangueira (Aluísio Augusto
da Costa e Enéas Brites), com todos, Folhas Secas (Nelson do Cavaquinho
e Guilherme de Brito) e Geografia Popular (Marquinhos de Oswaldo Cruz,
Edinho Oliveira e Marques) com Walter Alfaiate,, Sem Endereço (Arlindo
Cruz e Luiz carlos da Vila), com Luiz Carlos da Vila, O Poder da criação
(João Nogueira e Paulo César Pinheiro), com João Nogueira), Acreditar
(Dona Ivone Lara e Delcio Carvalho), com Dona Ivone Lara, Não Sou Mais
Disso (Zeca Pagodinho e Jorge Aragão). Com Beth Carvalho, Saudades da
Minha Guanabara (Moacyr Luz, Aldir Blanc e Paulo César Pinheiro), com
Moacyr Luz.
Caso de Amor
A realização do show insere-se na proposta cultural do Bar Pirajá, que
recentemente também foi palco do lançamento do livro Ela é Carioca
Uma Enciclopédia de Ipanema, de Ruy Castro. "Bares e artistas sempre
andaram juntos. Os fatos mostram que a relação é mesma histórica",
fala Ricardo Garrido, um dos sócios do Pirajá, enumerando uma série
de fatos envolvendo os bares e a cultura brasileira. "Pixinguinha
consumia generosas doses de uísque no Gouvêa. Chico Buarque batia ponto
no Bar do Zé, na R Maria Antônia. O pessoal do Cinema Novo trocava figurinha
e idéia quase diariamente no Bar Zepelin. A Banda de Ipanema foi criada
e administrada por anos no Bar Jangadeiro. O TBC viveu dia de glória
nas mesas de seu anexo, o Nick Bar. A Bossa Nova não teria uma Garota
de Ipanema se não existisse o Bar Veloso. O Pasquim seria menos inspirado
se não fosse o Antônios. Sem falar que Tm Jobim e Vinicíus de
Moraes conheceram-se no Bar Vilarinõ, no Centro do Rio", finaliza
Ricardo
Ficha
Técnica do CD
Artistas
Convidados: Beth Carvalho, Dona Ivone Lara, João Nogueira, Luiz Carlos
da Vila, Moacyr Luz e Walter Alfaiate. Participação de Nelson Sargento
Músicos: Moacyr Luz (violão), Carlinhos Sete Cordas (violão 7 cordas),
Pedro Amorin (Bandolim e Cavaquinho), Beto Cazes( percussão), Marcelo
Moreira (percussão), Gordinho (surdo), Dorina e Teresa Cristina (vocais).
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