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Luiz Tatit, compositor, intérprete e violonista, um dos mentores do
inventivo grupo paulistano “RUMO”, formado em 1974 e consagrado a
partir do seu primeiro disco nos anos 80, revolucionou o cenário da
música popular brasileira com um novo estilo denominado como “canto
falado”. Na mesma década já publicava o seu primeiro livro (“A Canção,
Eficácia e Encanto”, Atual Editora, 1986) em que realiza uma abordagem
semiótica da canção popular.
Hoje é professor titular do departamento de lingüística da USP e tem
mais 5 importantes obras publicadas nesse campo.
Com o final do grupo “RUMO” lançou, pela gravadora independente Dabliú,
o seu primeiro disco (CD) solo (“Felicidade”, 1997) e, em 2.000, o
CD “O Meio” (Dabliú), além de ter suas inusitadas canções gravadas
por vários intérpretes como Na Ozzetti, Suzana Salles, Zélia Duncan,
Márcia Salomon, Ney Matogrosso, Leila Pinheiro e outros.
Luiz Tatit lança agora seu novo CD, “Ouvidos Uni-vos”, também pela
Dabliú, somente com canções inéditas (13), sendo 7 de sua autoria
exclusiva e as demais com parceiros (Chico Saraiva, Itamar Assumpção,
Ricardo Breim, Dante Ozzetti, Edward Lopes e Zé Miguel Wisnik).
Tatit consagra seu estilo único. As letras, como sempre, trazem um
sabor especial à audição do disco. Por exemplo, em “Baião do Tomás”
(Chico Saraiva/ Luiz Tatit), o autor destaca a presença dos ancestrais
no instante do nascimento de um bebê. “Final Feliz” retrata um amor
literalmente linear, já que os amantes se encontram no ponto final
de uma linha de trem. Em “Rock de Breque” (Luiz Tatit), o compositor
homenageia o estilo de canto intermitente de Itamar Assumpção, antes
de apresentar sua parceria com o Nego Dito, uma canção sobre a dor:
“Dodói”. “Perdido” descreve a atuação irrestrita de uma poderosa personagem
feminina que se aplica em modelar o comportamento de seu companheiro.Em
“Terceira Pessoa”, discute-se por que “ela”, que está longe, é sempre
melhor que “você”, que está aqui perto. “Brincadeira” (Dante Ozzetti
/ Luiz Tatit) examina o inconseqüente conflito afetivo como um amor
que brinca de odiar. Em “Tom de Quem Reclama”, a voz emancipa-se do
próprio cantor fazendo coisas que fogem ao seu controle. Em “Tietê”,
o famoso rio paulista já entra na cidade com a pecha de marginal.
Na Ozzetti deixa sua marca na interpretação de “Minta” (Ricardo Breim
/Luiz Tatit), canção cujo perfil melódico exige condições técnicas
especiais de execução. As demais são cantadas pelo próprio compositor
que tem como característica oscilar entre melodia e entoação da linguagem
oral. Complementam o CD as canções: “Controlado”, “A Perigo” (Luiz
Tatit/Edward Lopes) e “Baião de Quatro Toques” (Zé Miguel Wisnik/
Luiz Tatit).
Ouvidos Uni-vos contou ainda com a produção de Alexandre Fontanetti
e a direção musical e arranjos de violão de Jonas Tatit. Outros instrumentistas
também foram decisivos para a boa sonoridade do disco: Adriano Busko
na percussão, Paulo Tatit no baixo, Marcelo Jeneci nos teclados e
programações eletrônicas e,ainda, Fábio Tagliaferri nos arranjos de
cordas.
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